sexta-feira, 11 de novembro de 2011

PARTINDO PARA NOVA ZELÂNDIA



A partir de novembro  até o final de Janeiro  estarei postando neste blog além das tradicionais matérias sobre bicicleta e  temas diversos,  conteúdos referentes  a Nova Zelândia, sua cultura, povo, costumes, tradições e história. Também escreverei,  é claro,  sobre vocação ciclística deste país.


ONDE TUDO COMEÇOU 


A história não é longa, pode ser um tanto inusitada, mas o fato é que eu, “pé frio” de nascença, desafortunado de história  e azarado por natureza fui ganhar meu primeiro prêmio na vida  no ano passado. E o prêmio era “só” uma bolsa de estudos para Nova Zelândia. Terra do povo Maori, colonizada pelos ingleses, mas que foi  “descoberta” por um holandês (que confusão!?) chamado Abel Janszoon Tasman (não é por acaso que a extensão de água entre a Austrália e a Nova Zelândia se chama “Mar da Tasmânia”). 


COMO FOI O PRÊMIO?


Tudo começou com um passeio ciclístico  (claro!)  em setembro do ano passado onde fiquei sabendo de um concurso no passeio do mês seguinte onde se sortearia uma bolsa para NZ.  Tudo certo, sem muitas expectativas, incrédulo como sempre, vi pelo anúncio do passeio, que o prêmio seria dado a melhor reposta para a questão: 

5 Coisas que você faria na Nova Zelândia.  Fui para o Google descobrir primeiro: “- Aonde fica esta tal de Nova Zelândia  mesmo?”. Bom, feita a re-descoberta, li um pouco da sua história, entendi um pouco de sua cultura e....não consegui escrever nada. Isso era terça-feira e o prazo final para inscrição era na sexta. Envolvido no trabalho, não mexi mais nisso até a sexta quando então minha mulher me ligou no serviço perguntando: “- Tu não vais escrever a frase?”; Já te inscreveu no passeio?” 


Sentindo a premência do tempo, pus-me a escrever a partir dos dados que havia colhido. Fiz uma frase para mim e outra para ela, claro que a melhor ficou comigo (rsrsrs).
 
A FRASE,


As cinco coisas que eu não deixaria de fazer na Nova Zelândia remontam a história Maori com sua mística original e arte singular de modo a me integrar com o espírito do local.
Subiria o Monte Cook para lembrar o sacrifício empreendido pelos nativos e colonizadores em suas lições de
superar as diferenças.
Viajaria até Wellington para con-viver com os kiwis e aprender o que é solidariedade.
Percorreria a ilha norte e a ilha sul de bicicleta, cadenciando o tempo de modo a não perder um único detalhe.
Me embrenharia na White Island para sentir a minha
pulsação
junto ao pulsar do  coração da terra.

Dispensável dizer que quando se cria uma frase, não se parte da prerrogativa de transformá-la em algo concreto,  ainda mais quando  esta frase  trata de um país que fica a   quase  20000 km de onde estou. 


O fato é que agora estou com esta responsabilidade moral que é cumprir com aquilo que propus. Tá certo que o Monte Cook tem 3700 metros e eu não sou alpinista, também ignorei aquele detalhe de que o White Island é uma ilha vulcânica ainda em  atividade... Posso dizer, diante deste quadro,  que estou em uma média boa, pois no Monte Cook devo ter um problema de hipotermia sério, já na White Island, devo ser cozido pelo calor do vulcão.  Não sei porquê, mas estou achando  que aquele desafio de 2000km de pedal um brinquedo de criança!


Afora o curso de inglês que irei empreender neste primeiro momento, minha única certeza é de que viajarei de bicicleta pela  Nova Zelândia que  é a capital mundial dos esportes radicais.  Aliás, neste país a  população respira bicicleta o que pode ser constatado pelo número de ciclovias e os inúmeros roteiros para cicloviagens.  

Minha meta é viajar pela ilha norte (onde fincarei minha base), a menor e mais povoada e pela ilha sul, a maior e menos povoada. Algo  de 3 para 1; tipo sudeste e  norte do Brasil.  Minha tese,  ainda fora deste país,  é que o frio afugentou o povo da ilha sul, mas vou lá para averiguar. Também devo participar de algumas competições de MTB (peço que não esperem medalhas!). 


Ficarei  nove semanas em Rotorua (www.rotorua.co.nz) dentre as quais 6 farei uma imersão no inglês (na língua inglesa! Por favor não me entendam mal.) Outras 3 semanas e nos fins de semana viajarei de bike pela Aotearoa que é o nome Maori para a NZ e significa “Terra da Grande Nuvem Branca”. 

Fico feliz que a nuvem é branca e não cinza, pois estas duas “pequenas” ilhas perdidas no Pacífico guardam dezenas de vulcões, inclusive eu estarei sentado em um deles em Rotorua. Quando lembrarem de mim, rezem pela paz e tranqüilidade, evitem aquela parte do “aqueça o seu coração e inunde a sua alma”! (Nunca se sabe, não é verdade?! É bom prevenir!) 

Paz!