Nietzsche que morreu louco, mas não condicionado e normatizado, dizia que "para conquistar algo que valha a pena o homem deve superar a si mesmo". EVGEN BAVCAR corporifica esta idéia, pois se fosse seguir a ordem natural do senso comum teria abandonado seu desejo infantil de ser fotógrafo quando aos 13 anos perdeu totalmente a visão. Mas não! Ele fez exatamente o contrário: persistiu no seu sonho. Penso como Leminski que somente os sonhos não sonhados nos serão cobrados na eternidade. O mundo da resignação e acomodação não é o mundo de Bavcar, sua visão expande os limites de nossa materialidade espacial. Ele nos fala de coisas que vão além das nossos possibilidades de enxergar. Algo do seu universo inconsciente, da sua singularidade. Faz- nos pensar que o mais difícil não é lutar contra os limites impostos pela realidade concreta, mas sim, contra as grades que erigimos dentro de nós mesmos. Uma prisão sem grandes que nos impossibilita de ser o que somos, tão fadados que estamos a realidade do "outro" , do mundo , da sociedade, da norma, da regra, do determinismo.
Felipe André Aço
É curioso que relaciones o universo inconsciente à singularidade do Ser, à singularidade de Ser. Quando é justamente o inconsciente (coletivo) o lugar de encontro com o todo, o que não é singular mas comum à humanidade.
ResponderExcluirMas é também desse encontro, deste estar-aí revisitado e experimentado, que se vai progressivamente conquistando, que a mulher ou o homem vê-se desafiado a descobrir seu 'mito pessoal' (Jung) com toda a força do 'daimon', como parece ter acontecido com Evgen Bavcar.
E já que falas em Nietzche, e eu falei em 'daimon', deixo aqui mais um aporte; é fundamental contribuir para a vida 'normalizada', a sociedade, a família, a vida do dia a dia. Fornece`o contraponto necessário para manter o equilibrio e a consciência nessa tremenda experiência que é a viagem em busca de si mesmo. E a palavra chave aqui é consciência(no processo) para não acabar como Nietzsche.
(Ou não fosse eu - também - herdeira de uma centelhazinha de Jung...)
Mas é verdade, umas grades invisíveis...
Parabéns pelo blog. Gostei. 'Está bom de ver' que virei cá muitas vezes, apesar de viver do outro lado do oceano.
da mana
ana cristina aço