Alguém já disse alhures que o erótico está no detalhe insidioso que revela o que esconde. Erotismo é mostrar sem desvelar. O erótico sempre transcende aquilo que percebe, é como a poesia configurando algo além do que diz. Erotismo é a percepção que transmuta-se em desejo.
A psicanálise diz que não há desejo sem falta, mas como explicar a re-edição do desejo diante da amada presente?
Este é um segredo que só os amantes conhecem: saber do des-conhecido.... Aquilo que não sabemos sustenta o que já conhecemos. Não fosse assim, não erigiríamos templos a um Deus que não se vê, nem produziríamos arte em prol do amor de alguém que não se tem. Mística e mistério vem do grego mysterion e associam a idéia de um mistério que sustentam nossas almas desejantes.
A beleza, como diria o poeta, é fundamental, é nela que o erótico lateja e por ela nos dobramos. Segundo Rollo May, a beleza é engrandecida pela experiência interior de cada um. É por isso que a beleza também é relativa. O que não se questiona é a pulsação do mistério. Essa pulsação, que não se vê, é o que nos seduz. No universo ciclístico, mistério e desejo se misturam, pois há prazer e paixão no que se percebe. É verdade que a arte aprendeu o enlace do prazer, desejo e sedução naquilo que elas têm em comum: seus mistérios.
Caro Felipe,
ResponderExcluiro erotismo acompanhado de bicicleta é motivo de uma ótima reflexão. Assim como nas mulheres da postagem, há um estímulo enorme ao erotismo, as bicicletas trazem um fetiche complementar.
Cumprimentos!
Um abraço,
Garin
http://norberto-garin.blogspot.com