quinta-feira, 17 de março de 2011

Céu de Santo Amaro

 

    



 Olho para o céu
Tantas estrelas dizendo da imensidão
Do universo e nós
A força desse amor
Nos invadiu
Com ela veio a paz
Toda beleza de sentir
Que para sempre uma estrela vai dizer
Simplesmente amo você

          Meu amor vou lhe dizer
          Quero você
          Com alegria de um pássaro
          Em busca de outro verão
          Na noite do sertão
          Meu coração
          Só quer bater por ti
          Eu me coloco em tuas mãos
          Para sentir todo carinho que sonhei
          Nós somos rainha e rei

Na noite do sertão
Meu coração
Só quer bater por ti
Eu me coloco em tuas mãos
Para sentir todo carinho que sonhei
Nós somos rainha e rei
Olho para o céu
Tantas estrelas dizendo da imensidão
Do universo em nós
A força desse amor
Nos invadiu
Então ....
Veio a certeza de amar você


Simplesmente sublime esta música. É a prova final que o clássico e o popular podem se completar com primazia e talento. A música é de Johann Sebastian Bach e a letra é de Flávio Venturini e Caetano Veloso que fazem a interpretação também.  Perfeito!

sábado, 12 de março de 2011

Homem Primata ou Um Recado ao Senhor Ricardo Neis

Tenho acompanhado os desdobramentos desde que na sexta-feira, dia 25/02 um cidadão portoalegrense resolveu fazer valer a lei mais primitiva existente desde que o ser humano surgiu na face da terra: a “lei da força”.

Apresso-me em fazer os esclarecimentos quanto a tristeza de saber que este “monstorista” é meu conterrâneo, pois, ingenuamente, julgava sermos um povo civilizado. Claro, não posso esquecer que, em essência, ainda somos um povo inculto. Criados para o consumo, ainda acreditamos que para sermos felizes basta ter um tênis de marca, um celular do ano e, claro, um vistoso, grande e digno automóvel.

Este indivíduo, age tal qual os homens das cavernas agiam, isto é, impõem a força para prevalecer a sua vontade. Na falta desta, usa de instrumentos que lhe multiplicam as forças, no caso, seu próprio automóvel.

Como psicólogo, não posso deixar de lembrar que todos nós temos guardado uma certa dose de força e agressividade que canalizamos para empreender novos projetos e sustentar a própria vida. Uma criança de 1 ano também guarda esta força, mas diferente de nós adultos, não consegue canalizar esta agressividade com a mesma eficiência que o fazemos. Por conta disso, a criança bate, empurra, derruba e pega para si tudo que está em seu alcance. Claro, lembremos, estamos falando de uma criança de 1 ano de idade que, na maioria das vezes, ainda nem consegue balbuciar a palavra “eu”.

Este “monstro” interno que funciona na base do impulso nunca nos abandona, está sempre a espreita esperando o momento certo para dar o “bote”. Depois de 1 ano de idade, este “monstro” não deixa de existir, mas nós aprendemos paulatinamente a controlá-lo. Não fosse assim, não haveria sociedade, pois, tal qual um bebê, não teríamos o domínio sobre nossos atos.

Quando associamos impulso e agressividade com a idade e o acesso a instrumentos que potencializem a força que temos, o resultado é aquilo que aconteceu em Porto Alegre na última Massa Crítica do mês de Fevereiro. Um dândi, inculto e patético que provou com seus atos que não conseguiu evoluir em direção a civilidade, maturidade e decência. Psicologicamente ainda tem 1 ano de idade; quando é contrariado bate, quando é ofendido revida transformando qualquer coisa em arma desde um pedaço de pau (ou machadinho – como confirma a sua ex-namorada) até o seu próprio carro.

É, senhor Ricardo Neis, ninguém disse que era fácil crescer! Mas viver em sociedade implica a contenção de nossos monstros internos. Se assim não fosse, correríamos o risco do sujeito que está com uma carreta atrás de nós no trânsito, também resolver “passar por cima” simplesmente porque “encheu o saco” de ter que esperar.

Para lidar com esta incapacidade de controlar os seus impulsos mais primitivos, o senhor Ricardo está internado em um hospital para “desintoxicação” agressiva. Tudo isso, com a chancela da nosologia psiquiátrica. A deseducação do senhor Ricardo virou um número no código de doenças internacional. É certo que ele precisa de tratamento, visto ter sido educado para fazer o que quisesse e, literalmente, passar por cima de quem quer que fosse. Agora já está bastante grande para se conseguir controlá-lo somente com um aceno ou um carinho como fazemos com um nenê. Ele precisa ser contido, pois não tem controle sobre si; não aprendeu a tê-lo. Logo, é um perigo para si mesmo, e muito mais para os outros.

É lamentável, senhor Ricardo, que a título de resguardar a integridade de seu filho tenhas dado um exemplo tão boçal de conduta. Em uma fase em que o exemplo é o guia primeiro para educação dos filhos, demonstra que devemos ser agressivos, violentos e irracionais perante os outros. Que o mundo é de quem se impõe à força e não daqueles que sabem dialogar, debater e trocar idéias. Lembro, só a título de exemplo, que Gandhi derrubou o imperialismo inglês na Índia e Martin Luther King acabou com o segregacionismo nos EUA sem empunhar uma única arma contra o poder estabelecido. Infelizmente, acreditas ainda que vivemos na era das cavernas lutando contra mamutes e outros seres, usas do poder do teu motor para compensar a fragilidade de tuas convicções.

Espero que sejas condenado, e não só a trabalhos voluntários e cestas básicas, mas a cresceres e assumires a responsabilidade pela vida de todos e não só a tua. Não vivemos sozinhos neste mundo; aquilo que fizermos aos outros, invariavelmente reverterá em algum momento contra nós mesmos.

Deixo um desenho animado para assistires quando estiveres descansando no hospital.